10.7.07

Bom dia amor.


"Escondes na penumbra a roupa solta que revela teus seios desnudos, é madrugada e dormes tranquilamente. A aurora adentra-se por entre o tecido que cobre as janelas do quarto. Fiquei aqui, toda a Noite olhando-te, velando o teu sono como um anjo da guarda. Agora os raios de Sol vêm acariciar-te a face, e revelam a tua sensualidade por entre as roupas. Contornos suaves do corpo que amei na Noite anterior.
A tua respiração compassada revela a tranquilidade que te invade não só o corpo, mas sobretudo a alma. Ao contemplar-te, ganho a certeza que fazes parte de mim, como se fosses a outra metade que repousa enquanto eu, desperto, atento, te guardo no sono, seguro na mão a alma dormente, embalo-a e mantenho-a quente.
O dia lá fora grita, agita-se e contorce-se, mas aqui, no âmago deste imaculado santuário, duas almas unem-se, num abraço apertado. Aqui o tempo suspende a agitação do quotidiano e o quarto é um templo onde o sagrado e o profano se confundem, onde o amor é também luxúria e onde o prazer se veste também de branco, como o cetim destes lençois que te envolvem o corpo.
O relógio, no seu caminhar constante, arrasta-nos para a realidade de um dia acabado de começar, acordas, abres os olhos de mansinho e dizes-me:
-"Bom dia amor". "

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